Se perguntar ao sol porque nasce de manhã Certamente responderá é a lei da natureza À cor se indagar qual a forma da romã Logo replicará com sublime certeza
Tudo nasce tudo morre, segue caminho direito Caprichosa é a sorte, outras vezes é cruel Trás o gelo no inverno no verão sol infernal Mas no fim sempre acolhe de um jeito magistral Os filhos então desnudos, os aconchega no peito
Este primeiro poema de um ano que finda em treze Trás nas linhas o queixume e o mel por entre os pontos Da alma transporta a esperança e a cor das violetas No regaço das palavras que se tornam fugidias Transtornadas e cansadas outras vezes tão vadias Levará o sol em ombros para aquecer o seu dia.
Este primeiro poema tão febril ao alvor Ao meio dia é nostálgico á tardinha friorento Por entre vírgulas conduz a crença do momento Ternura feita vontade que o verso desperte em flor.